quinta-feira, 22 de abril de 2010

Spreading the Word, According to the Science Gospel.

No dia 4 de Março fui falar na Escola Superior de Gestão do Porto numa conferência intitulada Ignite, integrada na Ignite Global Week onde durante uma semana, um pouco por todo o mundo, se realizaram centenas de conferências com o formato Ignite.
Para quem ainda não conhece, o formato original das conferências Ignite é o seguinte:

20 slides
15 segundos entre cada slide

Ou seja, no total estaremos a ouvir palestras de cinco minutos. O lema deste tipo de conferências é "Enlighten us, but make it quick!".
Visto que fui convidado para ir falar com muito poucos dias de antecedência e ainda não conhecia o formato, cometi algumas gaffes e afastei-me um pouco do conceito original. No entanto acho que a ideia passou e embora tivesse nervoso por não ter treinado, fui muito bem recebido e no final tive um feedback bastante positivo.
Fiquem então com o vídeo da minha apresentação sobre comunicação em ciência e um resumo do que poderão ver nos cinco minutos seguintes.

"Num mundo sempre em mudança onde a velocidade dos desenvolvimentos suplanta a nossa habilidade para compreender profundamente as suas implicações, o papel do investigador deverá ser também o de um comunicador. Embora haja um grande fosso entre a forma como a ciência é comunicada entre pares e a maneira como ela é transmitida pelos media ao público,é um fosso que merece ser encurtado. Visto que é muito complicado fornecer informação científica de qualidade ao público em geral, o nosso papel é tentar inspirar quem nos ouve de modo a que o ponto de auto-estudo seja atingido. Só assim conseguimos que a informação científica e todas as suas implicações seja verdadeiramente transmitida."

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Os Perigos da Negação do Método Científico

Michael Specter é um jornalista do New Yorker especializado em ciência. No seu novo livro, intitulado "Denialism: How Irrational Thinking Hinders Scientific Progress, Harms the Planet and Threatens Our Lives" ele fala-nos do modo como a sociedade actual abraça o culto da negação da ciência, a desconfiança das instituições e da autoridade, e defende o apoio aos movimentos que se auto intitulam de alternativos.
Nesta palestra no TED2010 ele fala-nos de tudo o que o deixa acordado à noite e pergunta-nos porque é que temos medo dos avanços científicos em vez de rejubilarmos com eles.

"Denialism is a virus and viruses are contagious."
Michael Specter

quarta-feira, 31 de março de 2010

LHC Ligado! Ainda não há buracos negros! Por enquanto...

Ontem no LHC no Cern atingiu-se um novo recorde de energia em colisões de partículas. Os cientistas e engenheiros que trabalham no LHC conseguiram o feito de fazer colidir dois feixes de protões com energias de 3.5 TeV. Um TeV são 10^9 eV, ou seja, um bilião de eV (segundo o método americano corresponde a 1 trilião de eV). Visto que os feixes viajam em sentidos opostos, as colisões têm uma energia de 7 TeV, no referencial do centro de massa.
Embora o nosso planeta esteja continuamente a ser bombardeado por partículas com energias muitas ordens de grandeza superiores às conseguidas no acelerador do CERN, esta é a primeira vez em que se consegue atingir esta gama de energias de um modo controlado e de onde se conseguem tirar todo o tipo de conclusões sobre os fenómenos físicos que estariam presentes no início do universo (é suposto que quando o LHC estiver a correr na sua energia máxima, 14 TeV, a temperatura corresponda à existente apenas 1 bilionésimo de segundo após o Big Bang).Embora a experiência tenha corrido como esperado, à parte de alguns atrasos gerados por problemas na admissão de protões no feixe principal, novas descobertas são esperadas daqui a bastante tempo, visto que é necessário não só entender os resultados mas também excluir todas as possibilidades de erro.Este é sem dúvida uma altura em que devemos dar os parabéns à humanidade por conseguir juntar pessoas de todas as raças e credos (embora deva admitir que a maioria das pessoas envolvidas não terão nenhuma crença religiosa) e construir uma máquina que suplanta em complexidade em larga escala todos os feitos humanos até então.

A ciência está hoje de parabéns.

Ah, e até agora ainda nenhum buraco negro foi criado.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Regenerando o Nosso Corpo

Na sequência do post anterior, mostramos agora um novo vídeo que mostra as potencialidades da produção de tecidos em laboratório. Imaginem a possibilidade de trocar de coração quando tivermos 80 anos por um outro que é essencialmente igual ao nosso mas novo? E quem diz coração pode também referir-se outros orgãos.
Talvez daqui a uns anos se consigam produzir cérebros em laboratório...só essa ideia levanta sérias questões filosóficas bem como éticas. Disfrutem do vídeo